15 de junho de 2013

Documentário - Exilados


Neste sábado, 15 de junho, data da morte de Nilton Rosa, a rede RBS exibiu o documentário curta-metragem Exilados, na série Histórias Curtas. O vídeo, dirigido por Boca Migotto, mostra a viagem de Carlos Beust de Oliveira e seu filho Pedro, ao Chile.
No trajeto, Carlos, que era amigo de Nilton Rosa, com quem militou no MIR, relembra momentos do seu exílio e conta a história a Pedro, a quem só foi conhecer quando este já tinha 18 anos de idade.
Ambos visitam lugares como o Museu da Memória, que relembra os crimes da ditadura chilena, o Estádio Nacional, onde ficaram confinados os prisioneiros políticos, e a Universidade do Chile, onde há um jacarandá plantado em homenagem a Nilton Rosa.


40 anos da morte de Nilton Rosa da Silva



Hoje se completam 40 anos da morte de Nilton Rosa da Silva, ex-aluno do Julinho que foi morto no Chile, vítima das milícias de extrema direita. No Brasil sua morte não recebeu destaque por ser um militante exilado, mas no Chile Nilton recebeu homenagens, e seu sepultamento foi acompanhado por cerca de cem mil pessoas. Atualmente, diante do prédio em que ele estudava, na Universidade do Chile, há um jacarandá plantado em sua homenagem.
O site Sul 21 publicou hoje uma matéria em homenagem a Nilton Rosa.
* Nilton da Silva virou jacarandá: um brasileiro morto pela ultradireita no Chile (Link para o artigo no Sul21)

Nei Lisboa - O Futuro do Exterminador



O músico gaúcho Nei Lisboa é irmão de Luiz Eurico Tejera Lisboa, ex-aluno do Julinho assassinado pela repressão em setembro de 1972 em São Paulo.



O Futuro do Exterminador
(Nei Lisboa)

Quê? Não pode ser
Olha aquele cara ali falando na televisão
Quem? Não pode ser, não
Olha esse retrato, é o diabo
Candidato a bom cidadão
Hein? Não pode, não
Nem aqui agora, nem em outra encarnação
Eu digo, quem? Presta atenção
Esse torturava, esse era a mão do ditador
E agora vem, pede à nação
Pede de presente o futuro do exterminador
Eu digo não, pelo país
Pela honra, a terra, o céu civil do ano 2000
Eu digo, quem? Não pode, não
Esse limbo fede
E quer medalha, emprego, proteção
Mas nem num mundo cão
Veste-se de glória a História acorrentada num porão
Por cem, mais de um milhão
Por um só pecado, o teu papel passado é de vilão
Nem vem pedir perdão
Vai pedir pro Vlado
Estende, que ele puxa a tua mão

* Leia sobre Luiz Eurico Tejera Lisbôa aqui.

14 de junho de 2013

Livro - Meninas e meninos marcados pela ditadura


A série de reportagens As Crianças e a Tortura, exibida pelo Jornal da Record essa semana, trouxe vários casos de crianças e adolescentes que sofreram diretamente a violência da ditadura civil-militar.

O livro Direito à Memória e à Verdade: Histórias de Meninas e Meninos Marcados Pela Ditadura, editado em 2009 pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, é uma boa indicação para iniciar uma pesquisa sobre o assunto.
As tentativas de apagar de nossas memórias os acontecimentos relacionados à ditadura militar no Brasil produziram uma sensação de apatia e até de indiferença nas novas gerações. Pouco se conhece sobre os porões da ditadura. Os ativistas políticos da oposição clandestina foram vistos como inimigos da ordem pública e apenas um ou outro personagem se tornou reconhecido, mesmo que tardiamente. Além disso, a velocidade do tempo na vida contemporânea e a circulação frenética de informações aumentaram ainda mais a distância desse passado recente.
No entanto, as práticas de tortura não podem ser associadas apenas a um tempo já findo. Os corpos e as almas continuam a ser violados mesmo nos dias de hoje, demonstrando que não podemos considerar os microfascismos como superados. A publicação deste livro com histórias de meninos e meninas que foram marcados pela ditadura militar nos permite este duplo sentido: de um lado, reavivar a memória e, de outro, chamar a atenção para a necessidade de reafirmação constante dos valores em Direitos Humanos.
Neste livro, são contadas histórias de adolescentes ativistas políticos, bem como o cotidiano de uma infância e adolescência modificadas radicalmente pela opção de seus pais em resistir à ditadura militar. Não se trata aqui de uma contabilidade ressentida de lamentos. Mas de mostrar que, nas trajetórias de vida, é possível entrever uma força positiva que apela para a necessária digestão da experiência. Como diz uma das canções lembradas no livro: “Perdoem por tantos perigos, perdoem a falta de abrigo, perdoem a falta de amigos, os dias eram assim...”.

Reportagem - As Crianças e a Tortura (5)


Quinta e última parte da reportagem sobre as crianças vitimadas pela ditadura civil-militar, exibida esta semana pelo Jornal da Record.
A quinta edição da série especial conversou com pessoas que presenciaram a prisão dos pais e nunca mais os viram. Assista!