28 de fevereiro de 2014

Relatório Preliminar da CNV Sobre o Caso Rubens Paiva

http://www.cnv.gov.br/index.php/outros-destaques/442-relatorio-da-cnv-aponta-autores-de-tortura-e-morte-de-rubens-paiva

Um dos casos mais emblemáticos da violenta repressão à oposição política do período da ditadura civil-militar está sendo finalmente esclarecido. Nesta quinta-feira (27/02), a Comissão Nacional da Verdade apresentou no Arquivo Nacional o relatório parcial da investigação sobre o desaparecimento e assassinato do deputado Rubens Paiva, que foi preso, torturado, assassinado em 1971, sendo ainda desconhecido o paradeiro de seu corpo. O relatório indica os autores diretos e indiretos da tortura e da morte do deputado. O foco das próximas investigações deverá ser a ocultação do cadáver.

Rubens Paiva foi preso no dia 20 de janeiro de 1971, em sua própria casa, no Rio de Janeiro, por agentes do CISA (órgão de inteligência da Aeronáutica), e levado ao quartel da 3ª Zona Aérea, comandado pelo Brigadeiro João Paulo Moreira Burnier, onde sofreu as primeiras torturas. No mesmo dia foi entregue ao Destacamento de Operações e Informações (DOI) do I Exército, comandado pelo major José Antônio Nogueira Belham. Logo após ser recebido, Rubens Paiva foi interrogado com uso de tortura, juntamente com Cecília Viveiros de Castro e Marilene de Lima Corona, por agentes do DOI e do CIE.

O major Belham, mesmo tendo sido alertado de que o preso poderia morrer, nada fez para impedir as torturas ou prestar atendimento à vítima. Após a morte do deputado, o major comandou o planejamento e a execução da farsa montada para sustentar a versão de que Rubens Paiva teria sido resgatado.

Um levantamento da CNV indica que nos oito meses em que Belham comandou o DOI do Rio de Janeiro, foram mortos ou estão desaparecidos pelo menos outros nove presos políticos que estiveram em algum momento sob a custódia daquela unidade militar.

Leia a notícia completa na página da CNV, e verifique alguns dos links disponibilizados no texto.




25 de fevereiro de 2014

Visita ao Arquivo Público


Após o período de férias, retomando as pesquisas sobre os ex-alunos e professores envolvidos na luta contra a ditadura, no dia 19 de Fevereiro, eu e o professor Sérgio tivemos acesso aos processos de indenização aos torturados na Ditadura Militar, que estão no Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Vimos os dos ex-alunos Luís Eurico Tejera Lisbôa, Carlos de Ré, Cláudio Gutierrez e do professor Décio Nunes Floriano. Pretendemos, ao longo do ano, voltar e analisar outros como os dos militantes Martinha (Ignez Maria Serpa Ramminger) e Losada (Antônio Losada).

21 de fevereiro de 2014

Alterações em Nomes de Escolas

No dia 12 de fevereiro foi publicada no Diário Oficial da Bahia a mudança do nome do Colégio Estadual Presidente Emílio Garrastazu Médici para Colégio Estadual Carlos Marighella, em Salvador.
A mudança do nome da escola foi decidida em dezembro de 2013, após a realização de uma votação com participação de professores, estudantes e pais. O nome vencedor, com 406 votos (69%) foi o de Marighella, guerrilheiro dirigente da ALN (Ação Libertadora Nacional), assassinado durante o governo Médici por agentes de repressão quando foi surpreendido desarmado. A sugestão que ficou em segundo lugar (128 votos) foi o nome do geógrafo baiano Milton Santos, obrigado a se exilar durante a ditadura civil-militar. A Secretaria de Educação incentivou o debate na escola e acatou o resultado da votação. A campanha para a mudança de nome teve início a partir de um trabalho realizado pela professora de sociologia Maria Carmen.

Outra escola que teve seu nome alterado para "desomenagear" um ditador é o Colégio Estadual Costa e Silva, de Nova Iguaçu (RJ), que passou a se chamar Colégio Estadual Abdias Nascimento. A mudança ocorreu por iniciativa da Comissão Estadual da Verdade do RJ, com apoio das Secretarias de Assistência Social e Direitos Humanos, e de Educação.

Na rede pública brasileira, existem quase mil escolas com nomes homenageando ditadores que governaram o país entre 1964 e 1985.

Link para a notícia no blog de Mário Magalhães, autor da biografia de Marighella (no artigo há um link para o vídeo sobre o trabalho da professora de sociologia que iniciou o debate e a campanha para a mudança de nome da escola).