30 de dezembro de 2013

Perspectivas da CNV para 2014

Rosa Cardoso, integrante da CNV, declarou que no primeiro trimestre de 2014 o trabalho da comissão será marcado pelas audiências públicas, incluindo algumas grandes audiências temáticas, com depoimentos minuciosos, que deverão ter papel pedagógico, e diversas atividades em março, mês que marca o cinquentenário do golpe militar. Segundo ela, a expectativa é terminar as investigações no segundo trimestre,embora possam ocorrer depoimentos até novembro. Continuarão as atividades de identificação de lugares utilizados como centros violação de direitos humanos.

O relatório final, a ser apresentado no encerramento das atividades da comissão, terá como foco a violência praticada por agentes do Estado entre 1946 e 1988. Os membros da CNV estão divididos quanto à inclusão de uma recomendação de revisão da lei de anistia.

Os integrantes também esperam que o trabalho da comissão prossiga mesmo após o final de 2014, e que esta possa se transformar em um projeto permanente de memória, a exemplo do que ocorre em outros países.

* Leia a notícia completa - Comissão Nacional da Verdade dará ênfase a audiências públicas em 2014 (Sul21).

Blog - GT trabalhadores

O coletivo de apoio ao Grupo de Trabalho da CNV intitulado GT Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical (GT Trabalhadores), que é formado por representantes das dez centrais sindicais do país, lançou o blog Trabalhadores GT CNV,

* Trabalhadores GT CNV: http://trabalhadoresgtcnv.org.br/

27 de dezembro de 2013

Prorrogação da CNV

Nesta quinta-feira (26/12) foi publicada pela Presidência da República a medida provisória que prorroga de 16 de maio para 16 de dezembro de 2014 o mandato da Comissão Nacional da Verdade. Nesta data a CNV deverá entregar um relatório circunstanciado sobre as graves violações de direitos ocorridas no Brasil entre 1946 e 1988, além de fazer recomendações.
Comissão Nacional da Verdade
Art. 25. A Lei nº 12.528, de 18 de novembro de 2011, passa a vigorar com as seguintes alterações:
"Art. 11. A Comissão Nacional da Verdade terá prazo até 16 de dezembro de 2014, para a conclusão dos trabalhos, e deverá apresentar, ao final, relatório circunstanciado contendo as atividades realizadas, os fatos examinados, as conclusões e recomendações.
* Diário Oficial da União.

25 de dezembro de 2013

APERS - Anais da II Jornada de Estudos Sobre Ditaduras e Direitos Humanos

O Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul (APERS) publicou, em sua página, os Anais da Segunda Jornada Sobre Ditaduras e Direitos Humanos. O evento foi realizado em abril, organizado pelo APERS, Associação doa Amigos da APERS, e pelo Programa de Pós-Graduação em História da UFRGS. O subtítulo é "Há 40 anos dos golpes no Chile e no Uruguai", lembrando que nesse ano se completaram quatro décadas do início das ditaduras nestes países.

* Link para a notícia no blog do APERS (na página há link para baixar o arquivo da publicação).

20 de dezembro de 2013

O Ato no Dopinha

Durante o ato desta quarta-feira, o prefeito Fortunati e o governador Tarso Genro anunciaram que a prefeitura e o governo do estado irão dividir o valor do imóvel, dando prosseguimento ao processo de desapropriação, com o objetivo de criar no local o Centro de Memória Ico Lisboa. A reforma do imóvel e a manutenção ficarão a cargo do governo federal, e o prefeito informou que a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, já se comprometeu com o projeto.

O ato contou com a participação de ativistas de movimentos que lutam pelos direitos humanos e pelo resgate da memória do período da ditadura, além de militantes de diversos partidos políticos. Houve uma apresentação do grupo de teatro Ói Nós Aqui Traveiz, e apresentações musicais de Nei Lisboa, Raul Ellwanger e outros.

Vídeo com a apresentação de Nei Lisboa (publicado por Edson Oliveira):


O cartunista Carlos Latuff fez um desenho durante o ato.

Carlos Latuff desenhando. Fotografia de Évelin Argenta (Rádio Gaúcha).

Tivemos a oportunidade de encontrar algumas das pessoas que tem colaborado com o nosso projeto, como Cláudio Gutierrez, Ignez Serpa, e o músico Raul Ellwanger, além de fazer novos contatos.

Sérgio, Bárbara, Suzana Lisboa, Ignez Serpa, Mariana.

* Fortunati e Tarso se comprometem a transformar antigo Dopinha em memorial contra a ditadura (notícia no Sul21).

17 de dezembro de 2013

Ato no Dopinha - programação atualizada

Programação atualizada do ato público no Dopinha, amanhã, na rua Santo Antônio, n. 600.

ATO POLÍTICO ÀS 14h30
SARAU E SHOWS A PARTIR DAS 16h
* SHOW NEI LISBOA
* APRESENTAÇÃO DE RAUL ELLWANGER
* ESQUETE TEATRAL COM O GRUPO ÓI NÓS AQUI TRAVEIZ

14 de dezembro de 2013

Formas de turtura

O História Digital publicou um texto explicando 10 das formas de tortura mais utilizadas pela repressão durante a ditadura civil-militar.

* 10 Torturas da Ditadura Militar.

10 de dezembro de 2013

Dia Internacional dos Direitos Humanos

O dia 10 de dezembro foi definido pela ONU em 1950 como Dia Internacional dos Direitos Humanos, para marcar a data da adoção da Declaração Universal dos Direitos Humanos, dois anos antes. A cada ano é escolhido um tema, e neste ano as Nações Unidas escolheram o lema "20 anos trabalhando pelos seus direitos", homenageando o Alto Comissariado Para os Direitos Humanos, criado em 1993. Para marcar esta data, foram escolhidas 20 conquistas de direitos humanos das últimas duas décadas, "entre as quais a universalidade e a indivisibilidade dos direitos civis e políticos e dos direitos económicos, sociais e culturais; a integração dos direitos humanos nos assuntos de paz, segurança e desenvolvimento; o reconhecimento dos direitos das mulheres como direitos humanos fundamentais; e a inclusão dos direitos das minorias na agenda internacional". [* Nações Unidas recordam conquistas de direitos humanos dos últimos 20 anos]

Em Porto Alegre ocorrem duas atividades hoje.

Às 14h, no 3º andar da Câmara Municipal de Porto Alegre, será reinaugurada a Sala Luís Goulart Filho, em homenagem a este militante dos Direitos Humanos. [* Reinauguração da sala Luís Goulart Filho - Câmara de Vereadores de Porto Alegre]

Às 20h, no Hotel Embaixador, ocorre a solenidade do Prêmio Estadual de Direitos Humanos, promovido pela Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos do Rio Grande do Sul, com o propósito de reconhecer as organizações e personalidades que se destacam na defesa dos direitos humanos no Estado. [* Prêmio Estadual de Direitos Humanos ocorre nesta terça-feira]

Exposição - Desculpe a confusão: estamos de mudança!



Hoje, às 20h, no Memorial do Rio Grande do Sul, ocorre a abertura da exposição Desculpe a confusão: estamos de mudança! - A redemocratização nas ruas entre 1975 e 1988. A exposição é composta por trabalhos de cartunistas e fotógrafos gaúchos, e enfoca a retomada do espaço público como espaço de atuação política pelos movimentos sociais, a partir de 1975, quando as manifestações de rua gradualmente voltam a ganhar força.

A exposição é organizada pelos historiadores Carla Rodeghero, Dante Guazzelli e Gabriel Dienstmann (também autores do livro Não Calo, Grito: memória visual da ditadura civil-militar no Rio Grande do Sul), e conta com o trabalho dos cartunistas e fotógrafos Marco Couto, Luiz Eduardo Achutti, Antonio Vargas, Ricardo Chaves, Eduardo Tavares, Luiz Abreu, Daniel de Andrade, Edgar Vasques, Santiago, Sampaulo e Luis Fernando Verissimo.

O Memorial do RS fica na rua Sete de Setembro, nº 1020, Praça da Alfândega. A exposição ficará aberta para visitação de 11 de dezembro a 12 de janeiro.

* Página da exposição no Facebook.

* Notícia no site da Comissão Estadual da verdade.

8 de dezembro de 2013

Restos mortais de João Goulart sepultados em São Borja

Os restos mortais do presidente João Goulart receberam, na última sexta-feira, um novo sepultamento na cidade de São Borja. Desta vez a cerimônia foi acompanhada das honras militares cabíveis a um chefe de Estado, que não ocorreram na ocasião de sua morte em 1976, durante a ditadura civil - militar. A cerimônia foi acompanhada por familiares, autoridades civis e militares, integrantes da CNV, e milhares de cidadãos que lotaram as ruas para acompanhar o cortejo em carro aberto.

Os restos mortais de Jango haviam sido exumados no dia 13 de novembro, para que fosse realizada uma perícia, com laudo toxicológico, que faz parte da investigação para descobrir se foi assassinado ou se realmente morreu em consequência de problemas cardíacos. Até a manhã do dia 9 encontravam-se em Brasília, no Instituto Nacional de Criminalística do Departamento da Polícia Federal (INC/DPF), onde foram coletadas as amostras para os exames toxicológicos, que serão enviados a laboratórios estrangeiros. A exumação foi uma decisão da CNV e do Ministério Público do RS, que investiga o caso em um inquérito civil. O trabalho contou com a consultoria da Cruz Vermelha internacional.

* Leia a notícia completa no site da CNV.

* Fotos e mais informações no Facebook da CNV: http://on.fb.me/1bmnph9

3 de dezembro de 2013

Vídeo - ato no Dopinha

Vídeo chamando para o ato do dia 18, em frente ao Dopinha (antigo centro clandestino de tortura, na rua Santo Antônio, n. 600), pela transformação do imóvel em um centro de memória homenageando Luiz Eurico Lisboa.

1 de dezembro de 2013

Entrevista com Ignez Maria Serpa Ramminger


No dia 26 de novembro de 2013, eu, em companhia da professora Mara de Azevedo Ávila, como convidada, tive o privilégio, a honra e o prazer de entrevistar a militante Ignez Maria Serpa Ramminger.
Ignez contou sobre toda a sua vida como militante, antes e depois da prisão em 1970! Ela é um belo exemplo de resistência politica e feminina! No decorrer da entrevista fiquei surpresa ao ouvi-la contar com riqueza de detalhes sobre a tortura, o que achei importante para sabermos e jamais deixar voltar!
 A sensação de realizar essa entrevista foi muito boa pois há muito tempo adoro estudar esse período e ouvir da Ignez esse relato foi simplesmente maravilhoso!
Ela está escrevendo um livro e convidou o grupo para o lançamento dele! Certamente será ótimo!
 A experiência foi incrível e, no final, a professora Mara Ávila deixou o seguinte questionamento:
O QUE ESTAMOS FAZENDO COM A DEMOCRACIA?

30 de novembro de 2013

Livros para o público infanto-juvenil


O livro Brasil: Ditadura Militar - Um livro para os que nasceram bem depois é voltado para o público infanto-juvenil. As autoras são a historiadora e psicóloga Elaine de Almeida Bortone, professora Joana D’Arc Fernandes Ferraze a ilustradora Diana Helene.
O livro trata da ditadura civil - militar sob o ponto de vista da menina Clarice, que testemunhou os principais momentos do período e a perseguição sofrida por seus familiares. É uma boa opção para tratar do tema com o público infanto-juvenil que ainda não estudou o assunto historicamente.
Os protestos ocorridos no Brasil a partir de junho motivaram as autoras a disponibilizar a obra para o público. No link, é possível visualizar o livro completo, além de fazer o download em PDF.
Quem estiver interessado na compra do livro deve escrever para o e-mail
brasilditaduramilitar@gmail.com.


Outra publicação voltada para o público infantil é o livro argentino Quien Soy? Relatos sobre identidad, nietos y reencuentros, que narra algumas das historias dos 109 netos reencontrados pelas Avós da Praça de Maio em 36 anos de buscas.

28 de novembro de 2013

http://issuu.com/cnv_brasil/docs/discurso_de_rosa_cardoso_no_ato_sin

Blog Resistência em Arquivo

A equipe responsável pelo projeto Resistência em Arquivo, promovido pelo Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul (APERS), criou o blog Resistência em Arquivo: Memória e História na Ditadura, para divulgar as atividades de educação patrimonial desenvolvidas nas oficinas.
 
O blog foi lançado no dia 05 de novembro, juntamente com a oficina que utiliza a documentação dos processos de indenização de ex-presos políticos, e será atualizado semanalmente, às sextas-feiras, servindo como um espaço para divulgação das ações do APERS e troca de informações e conteúdos.

* Leia o Editorial do blog Resistência em Arquivo: Memória e História na Ditadura.

Portal da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos



Foi lançado o portal da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, elaborado a partir de informações do livro Direito à Memória e à Verdade, editado pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos da SDH em 2007.

No site é possível encontrar a lista oficial de mortos e desaparecidos políticos, com suas biografias e informações sobre procedimentos administrativos que os envolvam. Também há uma ferramenta chamada Lugares da Memória, que permite fazer buscas aos locais em que foram cometidas violações contra os direitos humanos ou de resistência e combate às violações.


* Comissão Especial Sobre Mortos e Desaparecidos Politicos

27 de novembro de 2013

Vídeo - Visita ao DOI-CODI do 2º Exército


A Comissão Nacional da Verdade e as comissões Estadual e Municipal da Verdade de São Paulo estão solicitando o tombamento dos prédios que serviram de sede do DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna) do 2º Exército, em São Paulo, o maior centro de tortura e morte a funcionar no Brasil, no período de 1970 a 1977. Ali estiveram presos mais de 5 mil pessoas, e houve mais de 50 mortes. Os defensores do tombamento defendem que ele seja transformado em um memorial em homenagem às vítimas de repressão.

Hoje, as comissões fizeram uma visita aos imóveis e ouviram o depoimento de oito ex-presos políticos que narraram um pouco do que sofreram e testemunharam no local.

* Comissões da Verdade pedem o tombamento da área em que funcionava o Doi-Codi, em SP (link para a notícia na página da CNV).

24 de novembro de 2013

Oficina no Arquivo Pùblico

O Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul, através do seu programa de educação patrimonial, lançou a oficina Resistência em Arquivo: Patrimônio, Ditadura e Direitos Humanos. A oficina, dirigida a alunos do ensino médio, utiliza seis processos administrativos de indenização, referentes a Cláudio Gutierrez, Ignez Serpa, Alcides Kitzmann, Eloy Martins, Emílio Neme, e Nilce Azevedo Cardoso. De tempos em tempos os processos utilizados na oficina podem ser substituídos.

Na cerimônia de lançamento da oficina, na noite de 05/11, foi realizada uma homenagem aos homens e mulheres que combateram a ditadura e sofreram violações de direitos neste período. Os convidados foram recepcionados com  a exposição Resistência em Arquivo: uma oficina, muitas histórias de luta montada pela equipe de Ação Educativa da APERGS a pertir da reprodução dos materiais utilizados nas oficinas, fotos de estudantes que participaram das mesmas, e material produzido por estes alunos após a oficina.

23 de novembro de 2013

Ato público no Dopinha

Fotografia http://comitedaverdadeportoalegre.wordpress.com/
 
O Comitê Carlos de Ré da Verdade Memória e Justiça do Rio Grande do Sul promove, no dia 18 de dezembro, a partir das 12h, um ato público na casa conhecida como Dopinha, situada na rua Santo Antônio, nº 600, que era utilizada pelas forças de repressão como centro clandestino de tortura.

Às 19h30min ocorrerá um ato político, com a afixação de uma placa lembrando a função para a qual o imóvel era utilizado, e um sarau musical. O objetivo do ato é chamar a atenção da sociedade e pressionar os governos municipal, estadual e federal para a transformação do local em um memorial, o Sítio de Memória Ico Lisboa, homenageando Luiz Eurico Tejera Lisboa.

Um dos presos torturados no Dopinha foi o sargento Manoel Raimundo Soares, cujo corpo foi encontrado nas águas do Guaíba com as mãos e os pés amarrados. O episódio ficou conhecido como "caso das mãos amarradas".

O Comitê Carlos de Ré integra a Rede Brasil de Memória, Verdade e Justiça. Seu nome homenageia outro ex-aluno do Julinho que militou no movimento estudantil e combateu a ditadura militar, Carlos Alberto Tejera de Ré, primo de Luiz Eurico.


Leia a carta do Comitê Carlos de Ré lançando a campanha para a criação do memorial.

15 de novembro de 2013

Painel sobre Movimento Estudantil e Ditadura.

Raul Ellwanger, Bárbara Nunes, Maria Camila, Sérgio Ozório,
Mariana Fraga, Ignez Serpa, Cláudio Gutierrez, e Calino Pacheco.

No dia 9 de novembro foi realizado na escola o 2º Painel Direitos Humanos, Movimento Estudantil e Comissão da Verdade. As atividades ocorreram durante o sábado letivo dedicado às ciências humanas, e contou com a participação de outros professores da área e alunos, que tiveram oportunidade de ter contato com o trabalho desenvolvido pelo grupo do projeto.

A programação teve início com a apresentação da peça teatral Anos de Chumbo no Julinho - As Condições Ideais Para o Amor, montada pelo grupo do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) do teatro, coordenado pelo bolsista Hérlon, estudante da UFRGS, e supervisionado pelo professor Vinícius, professor de teatro da escola. A peça homenageia o ex-aluno Luiz Eurico Tejera Lisboa, e é baseada no livro Condições Ideais Para o Amor, que reúne seus poemas e cartas à sua esposa Suzana Lisboa, também ex-aluna da escola.

Em seguida os alunos Mariana Guimarães de Fraga, Maria Camila e Lucas Wilhelm Lopes da Silva apresentaram informações sobre as vidas de Nilton Rosa da Silva, Luiz Eurico Tejera Lisboa e Jorge Alberto Basso, ex-alunos julianos que foram mortos na luta contra as ditaduras do Cone Sul, e desde 2003 são homenageados através de um quadro situado no saguão da escola.

Na terceira parte da programação, deram depoimentos os convidados Cláudio Antônio Weyne Gutierrez, Calino Pacheco Filho, Ignez Maria Serpa Ramminger, e Raul Ellwanger, todos atuantes na luta contra a ditadura, tanto no movimento estudantil como na luta clandestina, em diferentes grupos como o POC, VAR-Palmares e VPR, entre outras.
Calino faz parte do Comitê Popular Memória, Verdade e Justiça. Gutierrez é autor do livro A Guerrilha Brancaleone, uma das obras que serve de base bibliográfica para o nosso projeto. Ambos já haviam participado do 1º painel, em novembro de 2012, e já colaboraram com o projeto concedendo entrevistas.
Ignez Serpa, com quem tivemos o primeiro contato, falou sobre sua militância política e suas ideias, e se disponibilizou a colaborar na pesquisa desenvolvida pela aluna Mariana. O músico Raul Elwanger, que atua no Comitê Carlos de Ré, além de falar sobre sua experiência na militância no Brasil e o exílio no Chile, tocou algumas músicas de seu repertório.

Os professores e alunos do projeto Direitos Humanos, Movimento Estudantil no Julinho e Comissão da Verdade agradecem aos convidados, e também ao grupo do PIBID do teatro, pela sua participação nesta atividade.
Agradecemos também à direção da escola que nos deu apoio e condições para a realização do evento, e ao colega professor Cláudio Vogt Jr que fez o registro em vídeo.
Por fim agradecemos ainda a todos os colegas professores e aos alunos que se integraram neste sábado letivo.

3 de novembro de 2013

CEV-RS entrega relatório.

Na última quinta-feira, 31 de outubro, o coordenador da Comissão Estadual da Verdade, Carlos Guazzelli, entregou ao governador Tarso Genro o segundo relatório de trabalho sobre as violações aos direitos humanos na ditadura.



27 de outubro de 2013

Apresentado o cronograma para a exumação de Jango

A Ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, apresentou na sexta-feira, em Porto Alegre, o andamento do processo para a exumação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart, programada para o dia 13 de novembro.

* Ministra apresenta cronograma de exumação de Jango para 13 legendas (link para a notícia na página da SDH).

OAB pede revisão da Lei da Anistia.

Nesta última semana a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) anunciou que vai apresentar uma nova ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para rever a Lei da Anistia. Esta nova ação se baseia na decisão de 2010 da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que considerou o Brasil responsável pelo desaparecimento de 62 pessoas na Guerrilha do Araguaia, entre 1972 e 1974, determinando que o Estado brasileiro investigue os fatos e puna os responsáveis.

* Deu no O Globo: OAB vai propor nova ação para rever a Lei da Anistia (link para a notícia na página da OAB).

22 de setembro de 2013

O Sistema Nacional de Informações (SISNI)

No dia 20 de setembro a Comissão Nacional da Verdade, a Comissão da Verdade do Estado de São Paulo "Rubens Paiva" e a Comissão Municipal da Verdade "Vladimir Herzog" realizaram audiência conjunta A Cadeia de Comando da Repressão. Foi apresentada a organização do Sistema Nacional de Informações (SISNI), um "conjunto de órgãos destinados à produção de informações em proveito da política de segurança e da política de desenvolvimento do país", encabeçado pelo Serviço Nacional de Informações (SNI). Os documentos demonstram que o conjunto de órgãos de repressão se reportava diretamente à Presidência da República.


Organograma do SISNI, apresentado na audiência.

A integrante da CNV Rosa Cardoso afirmou:
O conjunto de documentos que nós vamos conhecendo, e o conjunto de depoimentos que colhemos, nos ajudam a ter uma visão mais clara e a desfazer certos mitos, como, por exemplo, o de que o golpe foi feito para salvar a democracia. O golpe foi planejado e executado por cerca de 400 militares que, desde a década de 50, seja nos estudos da Escola Superior de Guerra, no Ipes ou no Ibad, para impor um estado de segurança nacional, militarizado, para construir uma máquina de guerra antirrevolucionária. Foi apresentado aqui hoje o organograma da cadeia de repressão e agora é preciso complementá-lo com os nomes, o que mostra que temos muito trabalho pela frente.
* Link para a notícia no site da CNV.

* Link para a apresentação completa em pdf da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo "Rubens Paiva": SISNI - Sistema Nacional de Informações: O terrorismo de Estado implantado no país a partir do golpe de Estado de 1964.

14 de setembro de 2013

O funeral de Nilton Rosa

Esta semana, no dia 11 de setembro, completaram-se 40 anos do golpe militar ocorrido no Chile, que derrubou o governo democraticamente eleito de Salvador Allende, dando início à sangrenta ditadura de 17 anos do general Pinochet. A morte de Nilton Rosa, ex-aluno do Julinho e militante do MIR, está intimamente ligada a este golpe militar. Nilton foi assassinado três meses antes, por membros da ultradireita golpista, quando participava de uma manifestação de apoio ao governo de Allende.


A fotógrafa norte-americana Amy Conger estava vivendo no Chile, onde lecionava na Universidade, quando Nilton Rosa foi assassinado, no dia 15 de junho de 1973. Dois dias depois ela acompanhou o funeral e, por ter contatos entre os militantes da esquerda chilena, foi autorizada a fotografar o cortejo, que contou com a presença de cerca de cem mil pessoas. Após o golpe de 11 de setembro que colocou o general Pinochet no poder, pelo temor de ter suas fotos apreendidas e utilizadas para identificar os militantes da esquerda, Amy destruiu as fotografias reveladas e enviou os negativos para seu país natal. Em 2010 ela publicou o livro Nilton da Silva Rosa: June 17, Santiago. "We Don't Forget the Color of Blood". As fotografias mostram um panorama dos movimentos de esquerda da América Latina e da comoção causada pelo assassinato de Nilton. O nome completo de Nilton (Nilton Rosa da Silva) encontra-se invertido no título do livro por uma confusão, pois na língua espanhola o sobrenome paterno costuma ser o segundo nome, antecedendo o materno. 

* Nilton da Silva Rosa: June 17, Santiago. "We Don't Forget the Color of Blood". Amy Conger. Nolvido Press, 2010 (link para adquirir o livro, é possível visualizar todo o livro no site). 

Sobre Nilton, a autora escreveu:
Nilton, um líder marxista do sul do Brasil, precisou entrar na clandestinidade. Ele deixou seu país em 1971 como milhares de outros. O hino chileno descreve o Chile como "un asilo contra la opresión". Ele ingressou no Departamento de Literatura Espanhola da Universidade do Chile.
Ele era conhecido como um falador incessante, um galanteador incansável, um trovador com o violão, um marxista internacional, um líder natural e um poeta. Seus companheiros de curso, seus colegas de faculdade, o amavam.
Ele também sabia o que havia ocorrido e estava ocorrendo no Brasil então, e contava a seus companheiros, em detalhes, em technicolor, sobre tortura, desaparecimentos e assassinatos. Ele havia estado lá, participado. Como uma multidão de chilenos, eles acreditavam que isto nunca poderia acontecer no Chile pois, eles explicaram, eles tinham a mais longa tradição democrática de qualquer país na América Latina. (Quantas vezes eu ouvi isso?) Ele costumava responder: Que es libertade?


As ruas pertenciam a Nilton naquela manhã. As calçadas estavam lotadas. Eu nunca imaginei que houvesse tantos apoiadores da UP [Unidad Popular, coligação pela qual Allende fora eleito] em Santiago dispostos a caminhar 10 km até o Cemitério Geral. Ali estavam de fato milhares de bandeiras e coroas de flores de todos os partidos de esquerda da América Latina, incluindo aqueles que sequer tinham a aprovação do MIR.
Para mim, as cenas mais memoráveis foram os estudantes com bandeiras erguidas no teto da Escola de Medicina gritando "Nilton da Silva?" e a multidão respondendo "Presente"; os estudantes em ambos os lados da rua baixando suas bandeiras quando o carro fúnebre de Nilton aproximava-se e passava; o Comitê Político do MIR totalmente exposto a um ataque cirúrgico dos fascistas, encabeçando a marcha dos enlutados; e as milhares de pessoas erguendo seus pulsos, subindo na columbaria, cantando a Internacional, enquanto o caixão é colocado em seu nicho.
As pessoas pareciam compreender que aquela seria a última grande manifestação da esquerda. Nilton representou seus objetivos e não apenas aqueles do povo chileno mas das pessoas anti-imperialistas e militantes ao redor do mundo que estavam tentando distribuir riqueza através dos meios democráticos.

Outro livro de Amy Conger resultado de sua estada no Chile entre 1972 e 1973 é Bienvenido to Nueva Havana: Santiago, Chile 1972-1973. Este livro reúne imagens da vila Nueva Havana, em Santiago, uma experiência de comunidade autogestionária iniciada em 1970, que sofreu intervenção dos militares após o golpe. Também estas fotografias foram escondidas e só foram publicadas recentemente pelo risco de serem utilizadas pela repressão da ditadura de Pinochet na identificação de apoiadores do governo de Allende.

Fotografias e citações: Amy Conger.

4 de setembro de 2013

41 anos da morte de Luiz Eurico Lisbôa

Nesta semana se completaram 41 anos do assassinato de Luiz Eurico Tejera Lisbôa, ex-aluno do Julinho. Luiz Eurico foi expulso da escola pela sua militância estudantil, preso e fichado no DOPS pela tentativa de reabrir o Grêmio Estudantil da escola, atuou na direção da UGES e entrou para a luta armada, integrando a VAR-Palmares e a ALN. Foi assassinado pela repressão em São Paulo em 1972 e sepultado com nome falso no cemitério de Perus, em São Paulo. A versão oficial era de suicídio. Seus restos mortais foram identificados em 1979, após uma longa busca de sua esposa Suzana Lisboa, também ex-aluna do Julinho. Este ano, uma perícia nas fotografias e no laudo desmentiu a tese do suicídio.

Trecho de uma carta de Luiz Eurico à Suzana, publicada no livro Condições Ideais Para o Amor:
Fiquei com pena de todos eles, Suzana. Dos que mentem, dos que invejam, dos empertigados, dos ambiciosos, dos que fazem do amor um remédio, um passatempo, um negócio, um paliativo. E percebi quão poucos entre nós chegaram ao sentimento final do combate que travamos. Eles não compreendem, Suzana, que nós somos um momento na luta que o Homem vem enfrentando através da História, cada vez mais conscientemente, pela felicidade. Não entendem que nós buscamos, em última análise, as condições ideais para o amor. Tanto no plano coletivo, como individual. E acabam negando, no dia-a-dia, como eu neguei até te conhecer, o objetivo que aparentaram querer atingir.

Leia matéria publicada nesta segunda-feira no site Sul21 sobre Luiz Eurico.

* A revolução que está por vir: 41 anos sem Luiz Eurico Tejera Lisbôa (link para a matéria no Sul21).

2 de setembro de 2013

41 anos da Morte de Luiz Eurico



Hoje, 02 de setembro de 2013, 41 anos da morte de Luiz Eurico (Luiz morreu em 02 de setembro de 1972)! O militante que tanto lutou contra a ditadura, foi morto em um quarto de uma pensão. Até há algum tempo atrás a versão “oficial” era de suicídio. Mais uma vitória foi o novo atestado de óbito de Luiz dizendo que ele infelizmente foi assassinado! O jovens que assim como ele lutaram contra a ditadura devem sempre ser lembrados!

25 de agosto de 2013

Semana Nilton Rosa

        No dia 17 de Agosto de 2013, o grupo “Direitos Humanos, Movimento Estudantil no Julinho e Comissão da Verdade” fez uma visita á “Semana Nilton Rosa” na cidade de Cachoeira do Sul.
Recebidos (e muito bem) na Rodoviária da cidade por Luciana Canto, Coordenadora de Politicas Públicas de Juventude na Prefeitura de Cachoeira, fomos até o antigo “Bar América”, que fica na Praça José Bonifácio, local aonde estava acontecendo o evento.
        Lá, montamos um painel, com fotos, informações, etc..  A professora Bárbara Maria Nunes deu inicio á participação do Julinho no Evento explicando um pouco sobre o projeto, e qual as propostas. Após, o professor Sérgio Ozório continuou falando e complementando o que foi falado pela professora Bárbara.
Na sequência, eu, a aluna Mariana Guimarães de Fraga apresentei sobre Nilton e sobre outros 3 alunos: Luiz Eurico Lisboa, Jorge Alberto Basso e Cláudio Antônio Weyne Gutierrez.
        A Aluna Maria Camila Rodrigues leu um testemunho, e após, o senhor Ariceu Vieira (que conheceu Nilton pessoalmente) falou algumas palavras e se pôs a disposição do grupo para dar testemunho, entrevistas.
Todos os membros do grupo agradecem o convite, a colaboração, a ajuda e a atenção recebida!

24 de agosto de 2013

Semana Temática Nilton Rosa (3)

Fotografia: Jornal do Povo

Uma das boas surpresas na nossa participação na Semana Nilton Rosa foi a oportunidade de conhecer o professor paulista Ariceu Vieira, que também participou da luta armada contra a ditadura, sendo amigo de Nilton e convivendo com ele no início da década de 1970. Ele estava em Cachoeira do Sul, por outras razões, acompanhando a esposa, que é natural desta cidade, quando ficou sabendo da homenagem à Nilton Rosa através do jornal e entrou em contato com os organizadores para dar seu testemunho. Sua participação foi na mesma tarde em que apresentamos o projeto Direitos Humanos, Movimento Estudantil no Julinho e Comissão da Verdade.

Ariceu conviveu com Nilton no Chile. Juntos, percorreram o país atuando em uma montagem da peça O Pagador de Promessa, baseada na obra de Dias Gomes. Relata que o estudante gaúcho nunca revelava sua origem, embora o sotaque denunciasse que era do Rio Grande do Sul. Até agora, Ariceu não sabia que a cidade natal de sua esposa era também a do seu grande amigo.

Seu depoimento foi muito emocionado. Relatou que estava presente no momento em que Nilton foi metralhado, e acompanhou seu funeral. Defendeu o resgate de memória do período da ditadura nas escolas, e se colocou à disposição para colaborar com o nosso projeto. O Jornal do Povo, de Cachoeira do Sul, entrevistou Ariceu.

Testemunha ocular da história do mártir: Segredo é desvendado 40 anos após a morte do cachoeirense que virou herói no Chile  - Jornal do Povo - 19/08/2013 - 06h00 por Luís Bacedoni (link para a matéria do jornal - para visualizar é necessário fazer o cadastro).

A matéria do jornalista Luís Bacedoni, que acompanhou e divulgou a programação durante a semana, também deu destaque à participação do Julinho na programação.


Fotografia: Jornal do Povo

Julinho prepara documentário sobre ex-alunos

O Colégio Estadual Júlio de Castilhos, de Porto Alegre, um dos principais redutos de resistência à ditadura militar nos anos 70, prepara um documentário sobre os ex-alunos que combateram a repressão, entre eles o cachoeirense Nilton Rosa. Conhecidos como brancaleones”, alusão ao filme italiano “O incrível exército de Brancaleone”, dirigido por Mario Monicelli, os estudantes que agitaram o colégio Julinho nos anos de chumbo eram considerados anarquistas e atrapalhados.
"O Orelhinha chegou a ser intimado para comparecer à direção da escola e assinar documento no qual se comprometia em não promover desordens", relatou a professora pesquisadora Bárbara Maria Nunes. A estudante Mariana Guimarães de Fraga, que também integra o grupo de pesquisa, fez um relato sobre o cachoeirense e garantiu que ele não cumpriu os termos do acordo feito com a direção do Julinho e acabou sendo expulso da escola. O ano era 1968 e o país estava sob o jugo do Ato Institucional nº 5, que cerceou direitos civis e instalou a fase mais cruel da ditadura militar.
FILME - De acordo com a professora Bárbara, a pesquisa sobre os ex-estudantes que morreram lutando contra a ditadura está em andamento e o objetivo é produzir um documentário resgatando essa memória. Além de Orelhinha, outros dois alunos do Julinho foram mortos pelo regime militar: Luiz Eurico Lisboa, irmão do cantor e compositor Nei Lisboa, e o argentino Jorge Basso, que desapareceu quando lutava contra a ditadura militar em seu país de origem.
Para nós, o evento realizado em Cachoeira do Sul foi uma grande oportunidade de conhecer contatos que podem nos ajudar a aprofundar a pesquisa sobre este ex-aluno juliano, além de divulgar o projeto realizado em nossa escola.

22 de agosto de 2013

Semana Temática Nilton Rosa (2)

O Jornal do Povo, de Cachoeira do Sul, publicou uma série de matérias cobrindo a programação da Semana Nilton Rosa, que ocorreu de 12 a 17 de agosto. No dia 16, sexta-feira, o jornalista Luís Bacedoni noticiou a nossa participação no evento.

Professores e estudantes do Julinho vêm falar sobre Orelhinha

Atividades deste sábado encerram semana alusiva ao militante que virou mártir no Chile

Professores e estudantes do Colégio Estadual Júlio de Castilhos, de
Porto Alegre, estarão neste sábado, em Cachoeira do Sul, para fazer o
encerramento da Semana Nilton Rosa, que resgatou a trajetória do
cachoeirense morto no Chile em 1973.
O painel sobre Orelhinha trará novas revelações sobre o ativista que
virou herói da resistência chilena contra a ditadura.
O grupo do Colégio Julinho está realizando uma pesquisa sobre o
cachoeirense, que foi estudante da escola nos anos 70, antes de ir para
o Chile.
Durante toda a semana um calendário de atividades foi realizado, no Bar
América, para resgatar a figura do jovem que lutou contra os regimes
militares no continente.
Um dos pontos altos da semana ocorreu na segunda-feira, quando os
economistas Ubiratan de Souza, o Bibica, e Calino Pacheco Filho,
conterrâneos que conviveram com Orelhinha, falaram sobre o personagem
que é considerado mártir pelos chilenos.
A semana foi organizada pela Coordenadoria Municipal da Juventude e
Levante Popular da Juventude (LPJ).
* Jornal do Povo: 16/08/2013 - 21h26 por LUIS BACEDONI (link para a notícia na página do jornal - para visualizar a matéria é necessário fazer cadastro).

18 de agosto de 2013

Semana Temática Nilton Rosa (1)

Ontem estivemos em Cachoeira do Sul, participando da Semana Temática Nilton Rosa. Este evento cultural, que homenageou o ex-estudante juliano e militante do MIR natural desta cidade, ocorreu entre os dias 12 e 17 deste mês, e foi promovido pelo Levante Popular da Juventude e pelo Grêmio Estudantil do Instituto João Neves da Fontoura, com o apoio da Prefeitura Municipal de Cachoeira do Sul.

Luciana Canto, Coordenadora de Políticas Públicas de Juventude da Prefeitura Municipal de Cachoeira do Sul, esteve no Julinho em busca de informações sobre Nilton Rosa e, ao conhecer o projeto Direitos Humanos, Movimento Estudantil no Julinho e Comissão da Verdade, nos convidou para participar. Fomos muito bem recebidos e tivemos uma oportunidade única de estabelecer novos contatos, obter novas informações sobre Nilton para nossa pesquisa, e divulgar o nosso projeto. Estiveram presentes os professores Sérgio e Bárbara, e as alunas Mariana Fraga e Maria Camila.

Outro participante do evento foi Calino Pacheco, membro do Comitê Popular Memória Verdade e Justiça, amigo e companheiro de militância estudantil do Nilton, que já colaborou com nosso projeto em 2012.

* Confira aqui a programação desenvolvida no evento.

16 de agosto de 2013

Brasil Nunca Mais Digital

No dia 9 de agosto foi lançado o site Brasil Nunca Mais Digital, que disponibiliza online o acervo de documentos do projeto que deu origem ao livro Brasil Nunca Mais.


O livro Brasil Nunca Mais, lançado em julho de 1985, foi um dos principais marcos na luta pelo resgate da verdade sobre o que ocorreu durante a ditadura civil-militar. Esta publicação foi resultado de um projeto iniciado em 1979, quando um grupo de advogados e religiosos ligados à luta pelos direitos humanos começou a copiar documentos de processos no Supremo Tribunal Militar (STM) que continham informação sobre violações aos direitos humanos praticadas por agentes do Estado. Nestes processos, os advogados constataram que muitos presos políticos descreviam detalhadamente as torturas que haviam sofrido ou presenciado. O objetivo era evitar que durante a redemocratização os documentos que comprovassem as violações desaparecessem.

No início de 1980, com ajuda de entidades religiosas, foi alugada uma sala próxima ao STM, equipada com três máquinas copiadoras. Durante as 24 horas que tinham para estudar os processos, os advogados os levavam a esta sala, onde eram analisados e copiados por uma equipe. As cópias eram enviadas para São Paulo em ônibus, automóvel, ou em avião, e posteriormente, para garantir a segurança do acervo, o material foi microfilmado e enviado para a Suíça, ficando na sede do Conselho Mundial de Igrejas.

Após seis anos de trabalho, as informações existentes nos processos foram catalogadas e permitiram um estudo detalhado de quantos presos passaram pelos tribunais militares, quantos foram formalmente acusados e presos, quantos declararam ter sofrido tortura e quantos desapareceram, quais as modalidades de tortura utilizadas, e onde ficavam os centros de detenção. A síntese deste trabalho gerou o livro Brasil Nunca Mais.

18 de julho de 2013

Audiência Pública da CNV em Porto Alegre

Veja os vídeos da Audiência Pública da CNV em Porto Alegre no canal Youtube da Comissão da Verdade. Ali estão postados os vídeos de todos os 14 ex-presos políticos que depuseram à CNV. Entre eles está Calino Pacheco Filho (foto). Calino militou no movimento estudantil, juntamente com os ex-alunos do Julinho que formaram o grupo dos Brancaleones. Também foi membro da VAR-Palmares, preso e torturado em 1970, e atualmente integra o Comitê Popular Memória, Verdade e Justiça do Rio Grande do Sul.
Outra depoente é Suzana Keniger Lisboa, ex-aluna do Julinho, viúva do também ex-aluno Luiz Eurico Tejera Lisbôa, morto em São Paulo em 1972. Suzana participou da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos e é membro do Comitê Carlos de Ré.


17 de julho de 2013

Professora Eugênia Grimberg


A professora Eugênia Grimberg graduou-se em Geografia e História em dezembro de 1945, e já no início de 1946 foi nomeada professora de história no Julinho, assumindo as turmas de 1ª, 2ª e 3ª séries do colegial noturno.

Ao entrar na escola enfrentou resistência de professores antigos, motivados por preconceito contra professoras oriundas dos cursos de licenciatura da faculdade de filosofia, pois até então predominavam formados em outras áreas, sem formação pedagógica, como engenheiros, médicos, farmacêuticos e advogados, que muitas vezes lecionavam disciplinas para as quais não tinham formação. Em seu relato, a professora Eugênia afirma que os alunos do Julinho não se destacavam apenas pelo seu desempenho escolar, mas também por um alto grau de politização e ativismo.

Após o golpe militar de 1º de abril de 1964, a imprensa passou a denunciar professores supostamente subversivos, que deveriam ser punidos e banidos das escolas. A professora Eugênia foi denunciada por colegas do Julinho, e demitida com base no Ato Institucional n. 1 (AI-1), de 9 de abril. Estas são as "acusações" que constam na denúncia da Comissão Estadual de Investigação:
1.   Elemento de ideias esquerdizantes e por cuja divulgação se empenhou, inclusive através de recomendação de livros didáticos de autores de reconhecida posição esquerdista.
2.   Aplaudiu a proposição de solidariedade a Cuba, realizada em frente ao Colégio Júlio de Castilhos.
3.   Concitou o comparecimento ao Comício do Largo da Prefeitura de 1º-4-64, de apoio à resistência armada contra a Revolução Democrática.
4.   Após a vitória deste movimento, afirmou em aula, no Colégio Júlio de Castilhos que a vitória agora havia sido dos gorilas, mas que, no futuro, as forças populares reagiriam e se tornariam vitoriosas.
Fonte: GRIMBERG, Eugênia, Noventa anos do Colégio Júlio de Castilhos. In: LIMA, Otávio Rojas (org.), Memórias do "Julinho". Porto Alegre: ed. Sagra, 1990.