Um dos casos mais emblemáticos da violenta repressão à oposição política do período da ditadura civil-militar está sendo finalmente esclarecido. Nesta
quinta-feira (27/02), a Comissão Nacional da Verdade apresentou no Arquivo
Nacional o relatório parcial da investigação sobre o desaparecimento e assassinato
do deputado Rubens Paiva, que foi preso, torturado, assassinado
em 1971, sendo ainda desconhecido o paradeiro de seu corpo. O relatório indica os autores diretos e indiretos da tortura e da
morte do deputado. O foco das próximas investigações deverá ser a ocultação do
cadáver.
Rubens
Paiva foi preso no dia 20 de janeiro de 1971, em sua própria casa, no Rio de Janeiro, por agentes
do CISA (órgão de inteligência da Aeronáutica), e levado ao quartel da 3ª Zona Aérea,
comandado pelo Brigadeiro João Paulo Moreira Burnier, onde sofreu as primeiras
torturas. No mesmo dia foi entregue ao Destacamento de Operações e Informações
(DOI) do I Exército, comandado pelo major José Antônio Nogueira Belham. Logo
após ser recebido, Rubens Paiva foi interrogado com uso de tortura, juntamente
com Cecília Viveiros de Castro e Marilene de Lima Corona, por agentes do DOI e
do CIE.
O
major Belham, mesmo tendo sido alertado de que o preso poderia morrer, nada fez
para impedir as torturas ou prestar atendimento à vítima. Após a morte do
deputado, o major comandou o planejamento e a execução da farsa montada para
sustentar a versão de que Rubens Paiva teria sido resgatado.
Um levantamento
da CNV indica que nos oito meses em que Belham comandou o DOI do Rio de
Janeiro, foram mortos ou estão desaparecidos pelo menos outros nove presos
políticos que estiveram em algum momento sob a custódia daquela unidade
militar.
Leia a notícia completa na página da CNV, e verifique alguns dos links disponibilizados no texto.
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